terça-feira, 17 de julho de 2012

CHEVROLET CHEVETTE, O PEQUENO CHEVROLET


CHEVROLET CHEVETTE, O PEQUENO CHEVROLET

       Na década de sessenta, o Brasil passou por uma grande transformação na indústria automobilística. Saímos de projetos obsoletos adaptados às nossas condições de estradas e clima,e passamos a ter modelos de automóveis mais atuais e em sintonia com o resto do mundo.
        A General Motors, que, já havia lançado o Chevrolet Opala em 1969, precisava de um carro pequeno para aumentar a participação no mercado que crescia rápido. O brasileiro já apreciava os modelos alemães da Opel, subsidiária da GM no velho continente. Assim como o Opala descendia do Opel Reckord alemão, a GM foi buscar inspiração no Opel Kadett/Olímpia, modelos econômicos, bonitos e confiáveis. Alguns Opel Kadett e Olímpia foram importados ou adquiridos de embaixadas alemães no Brasil. Eram carros bonitos, pequenos, econômicos e muito confiáveis, com uma mecânica tradicional, motor dianteiro longitudinal e traçao traseira por eixo cardã.
Opel Kadett 1968
Opel Kadett 1968










O PROJETO CHEVETTE

       No início da década de 1970 a GM brasileira começou a projetar o “Pequeno Chevrolet”. Claro que, mais uma vez, o braço Opel da GM alemã forneceu o modelo para realizar esse projeto. O Opel Kadett e o Olimpia foram a base do projeto Chevette. Esses modelos já mostravam sinais de cansaço no desenho, pois, haviam sido lançados em 1968, e a Opel projetava o novo Kadett alemão, base para o nosso Chevrolet Chevette brasileiro. Foram importados da Alemanha, alguns Opel Kadett e Olímpia (na verdade, praticamente o mesmo carro, salvo detalhes de estilo sutis). Uma equipe da GM brasileira foi para a Opel, na Alemanha trabalhar nesse novo Kadett, que, seria produzido em vários países com nomes locais: Inglaterra, Japão, Brasil, Austrália, Alemanha e Estados Unidos. O motor do Chevette brasileiro foi desenvolvido com comando de válvulas no cabeçote acionado por correia dentada e coletor de fluxo cruzado (cross flow), solução moderna para a época. Curiosamente o Kadett alemão continuou utilizando o motor antigo com 1,2 litros e 60 cv de comando lateral e válvulas na cabeça. O motor mais moderno foi utilizado somente no Chevette brasileiro e norte americano, sendo que o nosso tinha 1,4 litros e o americano 1.6 litros.
      O Chevette foi lançado em maio de 1973. Uma antiga revista especializada fez o teste completo e chegou a seguinte conclusão: “Em mecânica e estrutura o Chevette é o carro nacional mais atualizado”. Realmente o Chevette foi muito elogiado por sua dirigibilidade. Era gostoso de dirigir, embora não fosse tão econômico, ele agradou ao público. O acabamento simples foi melhorando com o passar dos anos e muitas versões surgiram. O motor de 1.4 litros rendia 60 CV e 9,5 kgf de torque.
Chevrolet Chevette 1973

Opel Kadett 1973









        Em 1975 a GM lançou uma versão popular, mas, era muito pobre, sem calotas, e apoio de braços nos painéis das portas. Não teve sucesso e durou apenas um ano. Em 1976 a GM lançou versões mais bem acabadas, com bancos reclináveis de regulagem milimétrica, super calotas e com mais opções de acessórios para aumentar o leque de ofertas, e lançou o modelo GP, um Chevette com aparência esportiva, com rodas de tala de seis polegadas e sobre aro de inox, retrovisor das portas esportivo, volante esportivo, faróis de milha na grade, faixas pretas no capo e laterais e detalhes em preto fosco. Acompanhou também um pequeno aumento da taxa de compressão que dava um melhor fôlego, mas, era um Chevette customizado pela fábrica. Para 1977, um novo painel de instrumentos com porta luvas com chave e calibragem no carburador para mais economia de combustível foram as principais novidades. A versão GP passa a se chamar GP II. A mudança do novo painel acompanha nova grafia com instrumentos condizentes com a proposta. Novas rodas com novo desenho e mais largas completavam a proposta, ainda com as faixas, mas, com a inscrição GP II. Havia a opção de taxa de compressão maior para uso de gasolina azul de mais octanagem.
            Em 1978 o design é modificado com nova frente com para lamas inclinados baseado no estilo dos Chevrolet americanos, novo volante e novas cores internas. O modelo GP não vem mais com a designação GP II e as faixas laterais e do capo do motor foram suprimidas. Agora o capo é preto fosco, rodas com sobre aro, painel mais completo e novo volante também esportivo. Equipado com carburador de corpo duplo a potencia aumentou em 4CV. No ano seguinte surge o Chevette de quatro portas para concorrer com o VW Brasília de quatro portas recém-lançado. Também foi lançada uma versão do Chevette destinado ao público jovem: Chevette Jeans. Com tecidos dos bancos e laterais semelhantes ao Jeans e para choque na cor preta, essa versão foi a resposta da GM a Volkswagen com o Passat Surf, também destinado aos jovens.

Painel do modelo 1973 a 1976
Painel do modelo 1977 a 1982
   Em 1980 novos para choques, lanternas traseiras maiores e bancos redesenhados. Um novo modelo é adicionado à linha Chevette: O modelo Hatch, cópia do Opel City alemão.  Muitas novidades no ano de 1981: É lançada a perua Chevette Marajó, cópia da Opel Kadett Caravan alemã. Vieram também novos faróis quadrados na mesma moldura do farol anterior. Novos tecidos e novas cores. Chega também o motor 1.4 a álcool e no fim do ano é apresentado o Chevette  esportivo: O SR. Montado sobre a carroceria do Hatch, ele trazia rodas e volante esportivos, painel diferenciado e o melhor; motor 1.6 com 72 CV e 10,8 kgf de torque. Não era um esportivo de verdade, mas, andava melhor e naquela época era muito rápido para a proposta.

Chevette 1978

Chevette 1980
O cambio de cinco marchas é lançado em 1982 como opcional, e que acabou sendo incorporado a toda a linha com o passar do tempo, pois, a diferença de preço era muito pequena diante da economia e conforto de marcha. O motor 1.6 antes destinado à versão SR passa a ser oferecido para todos os modelos como opcional e com o tempo passa a ser de série. Em outubro de 1982 é lançado a linha 83.


Chevette Hatch 1980
Foi a mudança mais profunda de estilo sofrida pelo Chevette. Nova frente e traseira, inspiradas no recém-lançado Chevrolet Monza e o novo painel fizeram do Chevette um novo carro, mais bonito e mais atual. A padronagem dos tecidos e o acabamento mais luxuoso tornaram o Chevette um carro mais interessante. Foi um sucesso e o público respondeu com o crescimento das vendas. O modelo Hatch ganhou uma traseira do tipo dois volumes e meio, como uma rabeta.



Chevette 1983
Chevette Marajó 1981





       

   


A família Chevette cresce em setembro de 1983: Chevy 500, esse é o mais novo irmão. A Chevy é uma pickup leve, pronta para brigar com a Fiorino da Fiat e a Ford Pampa derivada do Corcel. As linhas eram muito bonitas e equilibradas. A capacidade de carga era de 500 kg, incluído o motorista. Por ter um design bonito e tração traseira, conquistou muitos admiradores.
Chevy 500 1984
A GM ousou lançando a opção do cambio automático em 1985 e o ar condicionado em 1986. Eram opcionais desejáveis, mas, que penalizavam o desempenho e consumo do pequeno Chevrolet, sem falar no preço que o colocava em outra faixa de mercado. Esses opcionais foram oferecidos por pouco tempo devido a pouca procura.
           



Chevette SE 1987


      Para 1987 o Chevette experimentou uma mudança de estilo e acabamento que o tornaram mais bonito e mais atraente, e a versão de luxo passou a ser designada SE.Nova grade dianteira, novos para choques em material plástico e borrachão lateral, o aproximaram ao estilo do Monza do qual herdou também os retrovisores das portas. Os bancos ficaram melhores e com design, com apoio de cabeça separado, novos instrumentos no painel e nova lanterna traseira. Para completar, novas calotas com design bonito e de bom gosto cobriam toda a roda. O modelo 88/89 veio com mudanças no motor, anéis mais finos, coletor e carburador de corpo duplo conferiam 82 cv na versão a álcool e 73 cv na gasolina. Rodas de liga leve eram opcionais. Também em 1988 o modelo Hatch sai de linha e no ano seguinte é a vez da Marajó se despedir do mercado.
Chevette DL 1991
Para 1991, a GM retirou as opções de acabamento e simplificou em uma única versão: DL. Era luxuosa como a SE, e utilizava rodas de aço com calotas simples. Os opcionais eram, nova roda de liga leve, radio AM/FM, ar quente e alarme.






UM SOPRO DE VIDA
        Para não ficar de fora do disputadíssimo mercado dos carros 1.000, a GM foi à luta com as armas que tinha, e em 1992 lançou o Chevette Junior com motor 1.0 de 50 CV, o mais fraco dos populares do mercado, mas, com a fama de manutenção barata e mecânica confiável ele seria a opção até a chegada do Corsa em 1994. O modelo 1.6 vinha só na denominação L. 


Chevette L 1993

Chevette Junior 1.0 1993
















Em 12 de dezembro de 1993 toda a linha Chevette tem a produção encerrada. A Chevy 500 ainda fica no mercado até a chegada da pickup Corsa em 1995. No total foram fabricados cerca de 1.600.000 carros, uma história de sucesso sem dúvida.